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Johann Sebastian Bach, nasceu em Eisenach, pequena cidade da Turíngia, na Alemanha central, a 21 de Março de 1685, 8º filho de Johann Ambrosius Bach e de Maria Elisabetta Lämmerhirt. De meados do séc. XVI a princípios do séc. XIX conhecem-se pelo menos 80 músicos profissionais pertencentes à família Bach. No tempo de Johann Sebastian Bach eram numerosos os seus parentes que ocupavam lugares de relevo na profissão, formando uma pequena rede de influências que amparava os seus membros. |
Aos 10 anos, órfão de pai e mãe, foi viver com o irmâo mais velho, Johann Christoph, em Ohrdurf.
Aos 18 anos teve o seu primeiro emprego, como violinista na corte de Weimar, seguindo pouco depois, para Arnstadt, como organista da Igreja dessa localidade.
Profundamente religioso, o luteranismo, religião que professava, influenciou toda a sua vida e obra.
Casaco com a prima Maria Barbara, que lhe deu 7 filhos, enviuvou aos 35 anos, unindo-se em segundas núpcias a Anna Magdalena, de quem teve mais 13.
Dessa abundante descendência, apenas lhe sobreviveram 9 filhos, dois dos quais compositores reconhecidos.
Os últimos 27 anos da sua vida passou-os em Leipzig, onde ocupou, por concurso, o posto de "Kantor" da Igreja de São Tomás, com funções de ensino, composição e interpretação.
Morreu em 28 de Julho de 1750, na sequência de duas operações a que se submeteu na esperança de contrariar a cegueira que o atingira.
Johann Sebastian Bach foi um autodidacta, não se lhe conhece mestre:
cantor,
intérprete virtuoso do órgão, do violino, da viola de arco, do cravo,
perito na construção de órgãos e cravos,
improvisador excepcional
aprendeu o seu ofício vendo, ouvindo e estudando.
Com :
uma capacidade de trabalho invulgar,
uma persistência única,
uma curiosidade insaciável sobre tudo o que dizia respeito à sua profissão,
uma enorme exigência de perfeição
um talento genial
conheceu a música alemã, francesa, italiana e inglesa, principalmente através das partituras, que estudou e copiou que procurava nas bibliotecas e colecções que a vida lhe deixou encontrar.
Sem nunca ter saído da região central da Alemanha, conheceu a música europeia do seu tempo.
Deixou-nos uma obra imensa, indissoluvelmente ligada à sua vida.
Compor fazia parte do exercício da sua profissão, em ligação com os diversos cargos que ocupou e que exigiam que apresentasse músicas originais.
Assim, por exemplo, em Weimar, onde exercia funções de organista, compôs principalmente cantatas e grande parte da sua obra para órgão.
Em Cöthen, corte calvinista que não admitia outra música nas igrejas para além do canto dos salmos na sua forma mais simples, dedicou-se sobretudo à música profana, compondo :
os concertos para violino,
os concertos brandeburgueses
as suites para orquestras
as suites para violoncelo solo
as sonatas e partituras para violino solo
muitas das suas melhores obras de cravo.
Em Leipzig, para além :
das suas Paixões,
da Missa em Si,
da Oratória de Natal
das Variações Goldberg
da Arte da Fuga
compôs cerca de 250 cantatas sacras e diversas obras concertantes que executava com uma pequena orquestra no célebre Café Zimmermann.
Com excepção da ópera, Johann Sebastian Bach cultivou todos os géneros musicais dos seu tempo.
Bach não era, por temperamento, um inovador.
A sua originalidade vem-lhe sobretudo do seu enorme ecletismo, decorrente do seu auto-didactismo.
Fazendo uma síntese genial entre a tradição polifónica e o barroco, colocou-se sempre nas posições mais avançadas da tradição, de que explora ao máximo as capacidades criativas e expressivas.
Sem ter propriamente caído no esquecimento depois da sua morte, foi "redescoberto" no séc. XIX, nomeadamente pela acção de Mendelssohn, e desde então a sua reputação de músico genial não tem parado de crescer, estendendo a sua influência até aos nossos dias.
(notas do programa do Festival de Música Bach 2000)
OBRAS TOCADAS EM CONCERTOS