DIÁRIO

18.05.03 António Simões
"Dia dos Museus "

Quase todos os dias são dias de quaquer coisa. E uns dizem-nos mais que outros.

Este, dos Museus, poderia dizer que cheira a mofo. Mas não. Os nossos Museus estão cada vez mais modernizados e eu só tenho pena de não ter mais tempo para pôr os meus conhecimentos em dia.

Mas este ano, penso que, pela   parte que me toca, dei um certo relevo a este dia, que começou de véspera, com a feliz iniciativa do I Festival Afonso Lopes Vieira, que se realizou no ambiente maravilhoso do Castelo de Leiria.

Leiria, vista do Castelo é um delinear de ondas do casario imenso duma cidade, também ela quase Museu.

Os maestros dos coros: Joaquim Vicente Narciso, Fátima Cotrim; António Simões

Os três coros participantes -"Cantábilis" da C.G.D. de Leiria; Coro de Câmara do Conservatório de Caldas da Rainha e Alva Canto de Alvaiázere -,  dignificaram, assim, o grande poeta Afonso Lopes Vieira, podendo dizer-se que anteciparam a festa dos Museus, com um bom tom poético.

Mas comemorar o dia dos Museus, foi acima de tudo, participar numa iniciativa do Museu de Aveiro.

Efectivamente, às 16.30, de domingo, dia 18, o concerto de órgão executado pelo organista Ilton Wjuniski,  no órgão do coro, recentemente restaurado, foi um ponto alto deste dia dos Museus.

O Órgão, restaurado por Pedro Guimarães, um dos meus concorrentes, é uma das raras peças na nossa história organística, que merece, da minha parte um olhar mais profundo, face à minha própria sensibilidade, fruto desta loucura profissional de ser organeiro. Sim, porque qualquer paixão é sempre um acto duma certa loucura. E ser organeiro é uma paixão.

Resumindo, dia dos Museus, pode ser todos os  dias desde que sintamos que todos nós temos algo a conservar e a mostrar aos outros.  Apetece-me dizer:" desvendai-vos uns aos outros, como eu vos desvendei", o que significa: "Vós sois uns amores!".

revista_apao_2003