Miguel Graça Moura, maestro

Natural do Porto, diplomou-se com os cursos superiores de Piano e de Composição do Conservatório de Música daquela cidade, tendo sido professor de Composição, de 1976 a 1981.

Paralelamente, cursou Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

Foi entretanto fundador e director de vários grupos musicais, o mais importante dos quais foi o "Música Viva", que dirigiu em mais de uma centena de concertos pelo País, entre 1975 e 1980.

Foi também autor e apresentador da série televisiva "Pauta Livre" (RTP, doze programas, 1975-76).

Bolseiro do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Francês, estudou em França (Estrasburgo, Paris e Reims) Direcção de Orquestra com Jean-Sébastien Béreau e Análise Musical com René Schmidt, tendo concluído ambos os cursos com a classificação máxima ("Premier Prix") em 1984.

Tornou-se então professor do Conservatório Nacional de Reims (Música de Câmara, Orquestra e Direcção de Orquestra), e assistente de Jean-Sébastien Béreau.

A sua carreira de maestro começou em França, como Director Musical da Orquestra Universitária de Estrasburgo (1982 a 1984, com tournées em Portugal, Escócia e Inglaterra), e, seguidamente, da Orquestra Sinfónica Universitária de Grenoble (1984 a 1986).

Regressado a Portugal, em 1986, fundou e dirigiu, sucessivamente a:

  • Orquestra Portuguesa da Juventude (criada pela Secretaria de Estado da Cultura, 1986-94)

  • Orquestra de Câmara "La Folia" (1987-92, tournées pela Bélgica, China, Macau, Tailândia e Argélia; cinco discos gravados para a Philips e Edisom).

Em 1992 fundou a Orquestra Metropolitana de Lisboa e a Academia Nacional Superior de Orquestra, e posteriormente o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, a Escola Metropolitana de Lisboa e a Academia Metropolitana de Amadores de Música - todas integradas num projecto global por si dirigido e que se tem afirmado como um modelo inovador e eficaz de gestão cultural e educativa.

Com a Orquestra Metropolitana de Lisboa já gravou seis CD's para a EMI Classics e dois para a RCA Victor (BMG).

Gravou ainda, recentemente, um disco com a Orquestra Sinfónica da Rádio de Hanover e outro com a Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim.

Dirigiu entretanto quase todas as orquestras portuguesas e várias estrangeiras (na Alemanha, Argentina, Brasil, Búlgária, Canadá, China, Costa Rica, Cuba, Egipto, Eslováquia, EUA, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Macau, México, República Dominicana, Rússia, Singapura, Suécia, Taiwan e Turquia, a que se acrescentarão, em breve, África do Sul, Filipinas e República Checa).

Tem dirigido solistas de renome internacional, tais como:

  • Maria João Pires

  • Augustin Dumay

  • Tatiana Nikolayeva

  • Liliana Bizineche

  • Pedro Burmester

  • Gerardo Ribeiro

  • Jorge Moyano
  • José Carreras

  • Ana Bela Chaves

  • Adilia Alieva

  • Lee-Chin Siow

  • e muitos outros.

Criou e dirigiu o ciclo "Grandes Concertos Insólitos", todos gravados em vídeo.

Em Janeiro de 1993, dirigiu uma execução da 9ª Sinfonia de Beethoven, no Mosteiro dos Jerónimos, à frente de duas orquestras e cinco coros, num total de 450 participantes, a qual foi gravada e transmitida pela RTP.

Foi ainda assessor do Ministro da Educação Roberto Carneiro (1987-91), tendo chefiado a comissão que elaborou a reforma do ensino artístico em Portugal.

Miguel Graça Moura é também compositor, com uma vintena de obras estreadas em Portugal e no estrangeiro, entre as quais o octeto Nada Se Sabe, Tudo Se Imagina, sobre poemas de Fernando Pessoa, encomendado pelo Festival Internacional de Música Comtemporânea "Música 84" , de Estrasburgo, e a obra para piano Interrogations, premiada no Festival de Nápoles de 1986.

Deixou a direcção da Orquestra Metropolitana de Lisboa em Outubro de 2003.

(notas do programa lsb02_01out01)

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