Joaquim Gonçalves dos Santos

Joaquim Gonçalves dos Santos, nasceu em Riodouro, Cabeceiras de Basto, em 1936 e faleceu a 24 de Junho 2008.

É filho de uma família simples do campo, onde a música teve sempre um papel preponderante e que, certamente o tem influenciado ao longo da sua vida de compositor. Seu pai e seu avô paterno tocavam guitarra, flauta transversal e harmónica.

Iniciou os seus estudos musicais nos seminários arquidiocesanos de Braga com o Maestro Manuel Faria, compondo nessa altura de estudante vários cânticos para Coro e Órgão, e já no final dos seus estudos uma Cantata a Santa Cecília para 4 vozes iguais, estreada a 22 de Novembro de 1968 - orquestrada agora no ano de 2000.

Após a sua ordenação sacerdotal foi nomeado professor de Música no seminário de Filosofia, frequentando, no conservatório da cidade, além de outros, os cursos de composição do Prof. Filipe Pires e de Solfejo, de Costa Santos.

Em 1963 segue para Roma, a expensas próprias, conseguindo nesse mesmo ano uma bolsa de estudos de Estado Italiano e logo a seguir (1964), até ao final do curso (1969), da Fundação Calouste Gulbenkian.

Obtém as licenciaturas em Canto Gregoriano e Composição, e o Curso Complementar de Órgão pelo Pontifício Instituto de Música Sacra de Roma.

Em 1965 é premiado aí (com uma viagem de estudo à Alemanha) pelas suas composições - várias para órgão, Piano e Violino, um Piano e dois Pianos e Coro, etc.- executadas, em concerto, no mesmo Instituto.

Possui ainda o Curso de Direcção e Interpretação Polifónica do Conservatório de Santa Cecilia de Roma.

No seu tempo de estudante é também organista numa paróquia da cidade, fundando aí um Coro de Crianças que soleniza sempre uma das missas dominicais.

Lecciona ainda no Collégio S. Pietro do Vaticano.

Regressando a Portugal exerce a sua actividade no Seminário Conciliar de Braga e a seguir no Colégio Arquidiocesano de Cabeceiras de Basto bem como em várias Escolas do Estado e também na Escola Superior de Educação de Fafe.

Orienta, nessa época, vários estágios de professores de Educação Musical.

Funda na sua terra, em sintonia com a Banda Musical da mesma e com o referido Colégio, o Grupo Coral-Instrumental de S. Miguel, o qual vem dar inúmeros Concertos em todo o norte de Portugal e Galiza.

Foi-lhe atribuída recentemente a medalha de ouro de mérito concelhio.

É membro da Comissão Arquidiocesana de Música Sacra de Braga e da Direcção da Nova Revista de Música Sacra da mesma cidade.

É colaborador permanente desta revista, tendo aí publicadas numerosas composições de sua autoria.

Com o falecimento do grande Mestre Manuel Faria, em 1983 é chamado a leccionar História da Música na Faculdade de Teologia de Braga (Universidade Católica) e Composição, Piano e Órgão no Seminário.

Na mesma altura é escolhido, entre os vários discípulos de Manuel Faria, para "completar" parte da sua obra:

  • 12 Antífonas e Salmos (Coro e Órgão), e realizar o grande sonho do seu mestre.

  • a orquestração da grandiosa e belíssima obra-prima que é a Missa de Nossa Senhora de Fátima ( escrita para Coro e Órgão).

A sua estreia, em versão orquestral deu-se em Abril de 1984, em Braga com a Orquestra Sinfónica do Porto e o Coro da Sé Catedral da mesma cidade sob direcção de Gunter Arglebe.

Uma referência também para a Missa em Honra de Nossa Senhora do Sameiro (composta para uma e duas vozes e Órgão) apresentada agora na versão de J. Santos para Coro a 4 vozes Mistas e Orquestra de Sopros.

A sua produção é abundante e variada, tocando os vários sectores da arte musical desde a recolha e harmonia de várias canções populares, canções didácticas para piano e/ou instrumentarium Orff, composições para Banda, Coro e Banda, Música de Câmara (para os mais variados complexos instrumentais) até à música Sinfónica ou Coral-Sinfónica.

Destacam-se cinco Cantatas para Solistas, Coro e Orquestra, Três Missas e Te Deum para Coro e Órgão, dois Te Deum (um com Orquestra e outro com instrumentos de Sopro); dois Stabat Mater (um para Barítono Solista, Coro e Orquestra - estreada em Maio de 2001 em Fátima - e outro com Instrumentos de Sopro); Laudate Dominum - estreado em Fátima ; Tantum Ergo e Domus Domini (Coro e Orquestra) e várias outras obras que não cabem nestas linhas.

Um destaque especial para as suas últimas criações: Roma Eterna - Sinfonia para Orquestra e Passio et Mors D.N.J.C. Secundum Lucam para 5 Solistas, Coro e Orquestra, cuja dedicatória, para conhecimento dos interessados, aqui fica registada:

  • «À memória de meus Pais que Deus tem, à dedicação e ternura da minha irmã, e a todos os meus bons mestres, condiscípulos, colegas e amigos»" O.D.C. - o autor - J. dos Santos"

As suas obras, para além de executadas em Portugal, têm-no sido especialmente no estrangeiro.

Só em Roma, desde Junho de 2000, já são seis concertos de composições suas com a edição discográfica das mesmas.

A Checoslováquia, Alemanha e Espanha têm sido também palco de várias execuções de composições para Órgão, Coro e Órgão e ultimamente para Órgão e Marimba.

Em breve aparecerão novas obras de música de câmara, uma das quais recentemente encomendada em Itália, e também um Magnificat para Soprano e Barítono Solistas e Órgão, com a respectiva versão orquestral.

É membro honorário da Associação Portuguesa Amigos do Órgão (APAO) desde 21nov93, em cerimónia na Sé Catedral de Braga, durante o II Congresso APAO.

Faleceu a 24 de Junho 2008 ficando sepultado em Cavez (Cabeceiras de Basto), onde residia.

 

Listagem completa de obras  | partituras

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