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José Carlos Araújo é um dos promissores
artistas de instrumentos de tecla do nosso País, face às provas dadas até
agora , e ainda com uma idade bastante jovem. Ele faz parte da nossa
Associação, como associado e está indicado nas biografias dos
organistas alunos (ver
José Carlos Araújo).
Além disso ele escreve as suas crónicas no
blog próprio indicado acima. Foi lá que fui encontrar alguns assuntos
relacionados com o órgão da Basílica dos Mártires, que José Carlos
Araújo bem conhece, até porque lá tem feito concertos e até gravou uma peça,
ouvida na Antena 2, aquando duma entrevista que deu no início do ano
(7jan05/Ritornello).
Nos comentários acerca desse seu artigo sobre
o Órgão da Basílica dos Mártires, alguém que se assinou V.M. ali
escreveu o seguinte:
"Quem dera que o órgão do Mosteiro do Lorvão estivesse lá a guardar
restauro. Infelizmente foi, tal como o de Elvas, Palácio de Queluz e outros
2 entregues pelo IPPAR para restauro, restauro esse que foi pago, a um
curioso de pouca seriedade que os desmontou e ao que parece o material
perdeu-se. Tenho documentação do IPPAR que confirma estes dados. Cada vez
mais urge que os cidadãos defendam o seu património."
Como estas palavras me ofendiam, como devem
compreender, respondi, posteriormente, na mesma página, o que aqui
deixo agora:
"Gostaria de responder a este
Senhor V.M.:
Dizer duma forma tão irresponsável aquilo que disse a respeito dos órgãos do
Lorvão e Queluz é pura e simplesmente isso - uma irresponsabilidade.
Sou António Simões, organeiro desde 1984, tive uma Bolsa de estudos da
Fundação Gulbenkian para aprofundar conhecimentos de organaria, trabalhei
também com a firma Flentrop, entre outras, além de profissionalmente, ter
sido professor de Educ. Musical, durante 12 anos, e ter estudado quer no
Conservatório do Porto, Conservatório de Coimbra, Instituto Gregoriano, e
Universidade de Coimbra.
Nestes 20 anos de trabalho de organaria nunca admiti que me faltassem ao
respeito nem admito faltar. Não é por acaso que há 6 anos (2 eleições
consecutivas) faço parte da
AEDA (Associação Empresarial de Ansião),
local onde tenho a minha empresa, sou Vice-Provedor da Santa Casa da
Misericórdia, além de ser colaborador há vários anos do
Jornal Serras de Ansião,
do qual inclusive sou o responsável pela parte digital .
Vir um qualquer V.M. dizer o que diz a meu respeito ainda argumentando que
tem documentos do IPPAR, falando de mim como um curioso, é realmente o
sinónimo do País que temos. A irresponsabilidade lidera o mercado e este
senhor V.M. faz parte dele.
É evidente que não irei alongar-me muito. Espero vir a conhecer este senhor
V.M. para ver se ele, olhos nos olhos é capaz de me dizer o que aqui diz a
coberto destas iniciais.
Aquilo que o IPPAR me fez aquando da responsabilidade do DR. Calado, não se
faz a ninguém. Uma empresa com 12 empregados ser intitulada como do regime
anterior a 1995, que havia que dar lugar aos novos, etc, não se faz, mesmo
que haja razões do IPPAR. Com a vida das pessoas não se brinca. Isto só é
possível porque a empresa de António Simões não traz muitos votos, porque
quando são, por exemplo, empresas de teatro, que aguardam ansiosamente os
generosos subsídios, o assunto resolve-se rapidamente.
Teria muito para dizer, mas não será este o local apropriado.
Unicamente exijo que o senhor V.M. se retrate do que disse
irresponsavelmente.
E se quiser fazê-lo directamente, pois pode fazê-lo para o email
apao@apao.net, embora lhe diga que estou inteiramente à vontade para lhe
responder a tudo o que quiser dizer.
A.Simões"
Posteriormente acrescentei:
"Já agora adianto mais algumas
notas em relação ao que aqui diz V.M.:
1............
"Quem dera que o órgão do Mosteiro do Lorvão estivesse lá a guardar
restauro."
O Órgão do Mosteiro de Lorvão foi orçamentado em 1988. Por razões de verbas
foi mandado iniciar em 1990, aquando da Presidência aberta do Sr. P. da
República, Dr. Mário Soares. Nessa altura foram efectuados os trabalhos
possíveis, nomeadamente a construção de 2 foles, e aguardando-se a montagem
de andaimes para efectuar a desmontagem de materiais. Os andaimes foram
montados em 1995 e a empresa de A Simões iniciou os trabalhos após receber
um fax do IPPAR dando ordem para o efeito em Abril de 1995. O Órgão demorou
um mês a desmontar e no final de Maio foram terminados os trabalhos de
desmontagem e apresentado um orçamento rectificativo, uma vez que o anterior
já tinha 7 anos.
Nessa altura foi confirmada a falta de cerca de 1100 tubos, alguns de grande
porte.
Em 1997 Ant. Simões accionou um processo contra o IPPAR, uma vez que não
havia solução, dado que por parte do IPPAR se tornou impossível o diálogo
com o presidente da época.
Ultimamente foram efectuadas várias reuniões, nomeadamente entre AS e a
Associação Pro defesa do Mosteiro do Lorvão, AS e o Governador Civil de
Coimbra e Presidente da Câmara de Penacova, Governador Civil de Coimbra e
Vice presidente do IPPAR, entre outras, aguardando-se uma resolução.
Nunca o material esteve perdido, dado que se encontra nas instalações da
empresa de AS, acondicionado e totalmente inventariado e fotografado, além
de que desde essa altura se tornou um enorme encargo para com AS, com o
armazenamento do mesmo.
ASimões, em 1995 possuia 12 funcionários que tornavam a empresa quase
totalmente independente. Desde 1984 foram restaurados cerca de 120 órgãos,
que, certamente pode consultar na listagem existente na minha página
(www.antoniosimoes.web.pt). A formação dos mesmos foi sempre da minha
responsabilidade e à minha custa. Para me entregar a 100 por cento a esta
actividade deixei de seguir uma carreira diferente, talvez mais segura
economicamente, pois deixei de seguir o curso de ciências musicais para me
ausentar para Barcelona com uma Bolsa de estudos da FCGulbenkian. Hoje todos
os mesu colegas da altura são pessoas colocadas em lugares de
responsabilidade, com vencimentos estatais, estando eu dependente de haver
ou não um presidente do IPPAR compreensivo para a situação.
É preciso verificar que alguns empregados fizeram cursos em Lisboa,
nomeadamente mo Instituto José Figueiredo e Fund. Ricardo Espírito Santo,
sendo sempre eu a custear todas as despesas. Não é correcto que um
presidente do IPPAR, que vem ocupar um lugar político, com a mudança de
Governo em 1995, não tenha o mínimo respeito por uma empresa formada com
muito sacrifício, num contexto deste País real que me dignei abraçar, quando
poderia ter ficado na Europa, como outros o fizeram.
Os trabalhos que desde 1984 efectuei foram, em grande parte inseridos num
programa com o sentido seguinte: Não compre um órgão electrónico, recupere
por preço compatível o órgão de tubos.
Procurámos sempre fazer um trabalho com respeito pela originalidade, embora
nem sempre o resultado final fosse o pretendido, mas que, na maior parte das
vezes correspondia ao que era o instrumento inicialmente.
Ao longo dos anos foram efectuados numerosos concertos em muitos deles.
Foram até gravados vários, por vários organistas com a intenção de se
efectuar a edição de 10 CDs intitulados ."Os mais Belos órgãos de Portugal".
Simões da Hora, falecido a 1 de Abril de 1995 liderava esse projecto e ainda
hoje me interrogo porque razão o mesmo não se concretizou, apesar das verbas
que o IPPARdispendeu para o mesmo. Aproveitou a ideia a Região Açoreana com
a edição de 2 CDs com o mesmo título.
...................
2.......... e continua V.M:
"Infelizmente foi, tal como o de Elvas, Palácio de Queluz e outros 2
entregues pelo IPPAR para restauro,
restauro esse que foi pago, "
este Sr. V.M. conhece-me, por acaso?
Já verificou as cópias de documentos existentes na minha página
(www.antoniosimoes.web.pt)?
Se acha que aquilo que diz é verdade prove-o. O órgão de Elvas está na nossa
empresa aguardando solução, o do Palácio de Queluz não foi desmontado por
nós. Encontrava-se num estado deplorável, desmontado sob a responsabilidade
de pessoas que ainda hoje ocupam lugares de responsabilidade em lugares do
M. Cultura.
Assim que for possível publicarei todas as fotos que possuo do antes (quando
fomos buscar o material) e do actual, depois de restaurados.
Quanto aos outros dois - Sé Nova de Coimbra e Chaves, ambos já funcionam, o
de Coimbra, desde 2000 e o de Chaves ficará terminado durante este mês de
Janeiro. E isto porque houve iniciativas da própria Igreja. Porque, sr. VM,
creia que o único problema disto tudo é falta de verba, que, se tem
consciência do País que temos e somos não abunda por muitos outros lados.
3............
"a um curioso de pouca seriedade que os desmontou e ao que parece o material
perdeu-se."
Dizer que sou um curioso, gostaria que mo viesse dizer cara a cara. Ao que
me parece pela irresponsabilidade e intencionalidade criminosa das suas
palavras será V. Exª um curioso a meter o nariz onde não é chamado.
Não vou aqui justificar o que quer que seja e exijo do sr. V.M. ou do
responsável desta página a alteração correcta e rectificação do que aqui
está escrito, que não admito de maneira nenhuma, sob pena de ir até às
últimas consequências.
4...........
"Tenho documentação do IPPAR que confirma estes dados. Cada vez mais urge
que os cidadãos defendam o seu património."
Desta forma, é importante que apresente de imediato esses documentos a fim
de que também os possa conhecer, parte interessada nos mesmos a fim de que
possa com direito, defender-me dessa afronta.
Aguardo as próximas horas resposta a estas questões.
10 de janeiro
António Simões, mestre organeiro"
Mais tarde vim a ser informado pelo próprio José
Carlos Araújo acerca da identidade de VM, que é o responsável da página
dedicada a<GUILHERMINA SUGGIA.
Antes que estas palavras ficassem perdidas no
Blog do nosso amigo José Carlos Araújo, aqui as deixo, uma vez que todo este
tempo (1995-2005) foram tempos em que, cobardemente, se fala a meu respeito,
sem serem capazes de frontalmente me dizerem o que quer que seja.
É o Portugal que temos. |
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