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No encerramento deste Congresso Internacional " O
Órgão e a Liturgia, hoje", no 1º centenário do motu próprio "Tra le
sollecitudini" e na iminência do 40º aniversário da promulgação da
Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, congratulando-se com
- o Santuário
de Nossa Senhora do rosário de Fátima, na pessoa do seu Reitor, pela feliz iniciativa
- a adesão nacional e internacional de participantes tão qualificados e
representativos: liturgistas, organeiros, organólogos, organistas, compositores,
musicólogos, directores de Música na liturgia, arquitectos, agentes vários da pastoral
da Igreja e da música na liturgia em especial;
- o facto de este Congresso ter proporcionado um amplo debate em que foram completadas
todas as vertentes relacionadas com o órgão de tubos na Igreja e na sua Liturgia em
conferências, comunicações, debates, concertos, e celebrações de elevada qualidade, a
ponto de se desejar que no futuro haja iniciativas similares;
- a afirmação crescente de um movimento nacional em favor do órgão de tubos
(recuperação, aquisição, utilização e conservação). |
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E constatando que:
- a música é parte integrante da Liturgia de sempre e que a reforma
litúrgica, longe de diminuir a importância do órgão, lhe abriu novos horizontes,
- que o órgão de tubos, desde sempre e também hoje nos provoca para o
encontro, a harmonia e o diálogo entre o divino e o humano, o transcendente e o imanente,
a fé e a cultura, a Igreja e o Estado, contribuindo para a aproximação dos homens
independentemente de todas as diferenças. |
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A Comissão científica formula os
seguintes votos:
1. Que a Igreja em Portugal assuma como incumbência própria a criação
de condições para que o órgão de tubos e os organistas possam efectivamente cumprir a
sua missão;
2. Seja criada a figura do "Músico de Igreja" com estatuto
reconhecido;
3. Seja particularmente cuidada a qualidade musical da Liturgia nas
catedrais;
4. Se aposte na formação do organista para a Liturgia a todos os níveis
(diocesano, nacional) e graus e em todas as vertentes (litúrgica, técnica e pastoral);
5. Seja constituída uma comissão paritária entre a Igreja e o Estado
para equacionar as responsabilidades respectivas em relação a toda a problemática do
órgão de tubos;
6. Sejam reconhecidos pelo Estado os títulos académicos de Música Sacra
com todos os efeitos profissionais;
7. Que na aquisição de novos instrumentos e na recuperação dos
existentes se privilegiem critérios de comprovada qualidade;
8. Que se incentive a composição de novos repertórios musicais para o
órgão de tubos.
Soli Deo Gloria.
Fátima, Festa de Santa Cecília de 2003. |